16 de julho de 2010

Como ela cresceu!

Este pode ser o primeiro e último texto que postarei aqui, ou o primeiro de muitos que ficarão em registro...

Engraçado, nós só nos dispomos a escrever sobre nossas vidas quando estamos imensamente tristes ou infinitamente felizes, parece que funcionamos à base de motivações negativas e positivas, sem intermediações, e somos controladas por elas na maioria das ocasiões da vida. Uma delas talvez seja o dia em que paramos em um lugar qualquer, deixamos de lado um pouco da correria a qual somos submetidos diariamente e, percebemos o quanto nossa vida é inconstante e quantas transformações ocorreram nela nos últimos anos.

Parece que foi ontem que minha mãe precisava me dar banho para eu ir à escola. Lá, eu encontrava a professora que apesar de não ser membro da minha família, eu insistia em chamar de “tia”, alguns amiguinhos, e todos aqueles trabalhos de pintura. Tinta guache e massa de modelar, a famosa “massinha”? Ah, era comigo mesmo. Daí eu fui crescendo, e aprendendo a ler, lembro até hoje das histórias que a professora contava para me explicar porque a “família” da letra “b” era completa e a da letra “c” não era, lembro das músicas que eu tinha que cantar e das orações que eu tinha que fazer, das cartinhas para o papai Noel e meus pedidos, que sempre eram brinquedos e mais brinquedos.

Nos meus aniversários, na recepção de um convidado, o primeiro olhar sempre se voltava para as mãos dele, na tentativa de adivinhar qual seria o presente, e se ele me dava roupas, fazia bico,chorava e ficava extremamente chateada. E eu ia crescendo,e o tempo ia passando, nesse intervalo troquei de escolas, fiz e desfiz amizades e, a maioria dos amigos dessa época eu não reconheceria hoje, por nada, caso eu cruzasse com eles em alguma esquina. Foi chegando a fase da pré-adolescência, talvez a fase mais complicada da vida de alguém, ou pelo menos a mais indecisa, essa época foi aquela em que eu tinha que lembrar incessantemente todos os adultos que me chamavam de criança, que eu já era PRÉ-ADOLESCENTE e que existia uma diferença enorme entre a fase de brincar de boneca e a fase em que se esconde que se brinca de boneca.

Depois que usei o primeiro salto alto, as “Barbies” deram lugar aos acessórios e batons, as roupas já não eram as mesmas, as intenções e amizades já começam a tomar novos rumos. Até que surgiu o primeiro namorado, que definitivamente me fez achar que era o grande amor da minha vida, e então veio o segundo que também me fez achar que era o amor da minha vida, e assim eu fui seguindo até criar maturidade suficiente e compreender melhor como se dão essas relações humanas e todas essas trocas afetivas.

E na escola, muitos amigos, a popularidade não é algo fácil de se conquistar, a não ser que você seja a melhor amiga ou namorada de um dos meninos mais cobiçados do colégio, a fama vem por amor e por ódio, mas é inevitável! Por todos os lugares que passei encontrei pessoas que tinham inveja de mim, do meu jeito, dos meus amigos, mas elas também passaram, assim como muitos amigos, namorados, e eu... Passei, no vestibular, depois de um ano de muito esforço, dedicação, abdicação e entrega,  mais uma vez vi muitos amigos e colegas perdidos na distância, cada um seguindo o seu rumo, traçando o seu destino, alguns foram resgatados e se foram de novo, poucos ficaram, mas só ficaram porque realmente valem a pena.

Hoje eu já estou na faculdade, as minhas bonecas já nem estão por aqui, as brincadeiras de criança foram deixadas de lado e trocadas por artigos e resenhas, a minha falta de preocupação da infância foi substituída por obrigações e preocupações, e quanto aos amigos? Muitos, mais uma vez, mas sei que de lá,poucos vão estar verdadeiramente dentro de mim quando eu não estiver mais alí. Após recebermos aquele tão sonhado diploma e cada um for viver a sua vida, quantos será que vão restar? Talvez alguns ainda me decepcionem pela primeira ou mais uma vez ao longo dessa jornada.

E nesse exato momento me pego pensando no futuro e esquecendo do passado que acabei de lembrar, com tanta nostalgia. Só sei que agora me vejo e percebo quanto tempo passou, quantas lembranças ficaram, quantos amigos se foram e de quanta saudade me resta de tudo aquilo. É difícil depois de tudo isso ter que admitir que eu cresci e que muitas coisas daquele tempo ficaram por lá, e que agora é o futuro que me espera de braços abertos e a esperança de dias melhores que eu possa lembrar com tanta alegria quanto agora. E você, quantas pessoas passaram por sua vida? Quantos momentos ficaram guardados em sua memória? Quem você vai deixar ou deixou ficar? Você já reparou o quanto você cresceu? Pense Nisso!
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