1 de setembro de 2011

Dias de Setembro

Sozinha, é assim que eu me sinto. Não é que não existam amigos, eles estão sempre por perto, sempre dispostos a me ajudar ou a me ouvir, mas em uma situação dessas não existe no mundo um conselho, palavra, colo ou afago que me façam voltar à vida. Não, não estou morta, até porque se estivesse, não estaria escrevendo estas tristes linhas e nem me acho tão importante quanto Brás Cubas.

Mataram-me há tempos, foi uma morte lenta, progressiva e dolorosa. Não foi uma morte do corpo, e sim da alma. Aos poucos foram destruindo os meus sonhos, minhas fantasias, minhas brincadeiras, meus sentimentos. Minha alma foi secando, ao passo que meu corpo desfalecia hora ou outra sem saber.

É meio complicado entender, no momento, nem eu sei explicar o que eu sinto. Nem sei ao menos se sonhei ou tive um pesadelo. Pesadelos, normalmente são assim: começam em um lugar lindo e depois te levam ao abismo, ao escuro e ao desconhecido. Ou então, te fazem tão pequeno em meio a gigantes, te tiram as forças, você nunca consegue lutar e então quando o seu fim se aproxima, e é chegada a hora de seu último suspiro, você acorda assustado, com o coração palpitante.

Palpitar. Palpitações como essas eu senti quando me apaixonei. Não sei qual é mais forte se é a do pesadelo ou a do amor. Não sei se estou feliz ou triste, não sei o que sinto, senti ou sentirei. Talvez eu ainda esteja em choque, ou isso não tenha me afetado em nada. Um dia talvez eu nem lembre disso, ou quem sabe, lembrarei para o resto da vida. Isso foi pesadelo ou sonho?

Um dia eu deixo para trás. O que eu mais quero agora é estar só, pois eu me sinto só, tem dias que eu sinto que o mundo não tem lugar pra mim ou vice-versa e que o melhor é fugir, viajar para os meus pensamentos e não voltar até que eu tenha certeza de que passou. Agora, eu só quero que não me entendam mesmo, eu quero andar descalça, pisar na areia, assistir a um belo pôr-do-sol, sentir o vento tocar a pele e esquecer o tempo, pelo menos até as cinco, porque amanhã preciso acordar cedo, amanhã tem uma vida pra eu viver. Boa noite, me acorde quando Setembro acabar.



4 comentários:

  1. É triste, mas essa é a vida. Viver tem suas mortes.

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  2. Muitas vezes nos sentimos dessa forma mesmo.
    A sociedade e o mundo nos esmagam e são raros os momentos em que uma mão verdadeira aparece. E quando aparece, as vezes queremos ficar tão sozinhos, tão isolados em nós mesmos que nenhuma palavra, nenhum gesto pode ajudar.
    Mas não se esqueça que ninguém pode se isolar para sempre e que o sol sempre nascerá. Para todos.

    Espero que no final de setembro você possa estar aberta à primavera de sua vida.

    Uma boa semana.

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  3. Existe alguém que nunca nos abandona, sempre está ao nosso lado, mas poucas são as vezes que lembramos de olhar ao redor e perceber sua presença. Ele nada pede, nada exige, nada.
    É mão estendida, a palavra ouvida, o colo amigo.
    Por isso, jamais imagine estar no mundo sozinha. Deus está sempre ao seu lado. Quando não sentir mais isso e encontrar apenas duas pegadas no caminho onde antes via quatro é sinal de que ele te carrega nos braços.

    Seu pai

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