29 de outubro de 2010

Um dia um rastro de raio de sol vai tocar um sopro de brisa

          Ei amor, sabe aquela lua? Cada vez que eu a vejo eu lembro de você e de como fica belo o teu olhar ao vê-la, fica brilhante como um diamante e claro como a neve. Sabe aquele sol? Cada vez que eu o sinto atravessar as vidraças do meu quarto eu lembro de você, ele me aquece como o seu abraço, e ele é tão iluminado quanto o teu sorriso. Amor, Sabe aquele céu? Cada vez que eu vejo, eu penso em você, é tão bonito ver o quanto ele é vivo ao mesmo tempo que é sereno, é delicado e é suavemente contornado com nuvens, que o enfeitam e o deixam tão belo quanto você. 
        Ai, amor, sabe aqueles grãos de areia da praia? Cada vez que eu os vejo eu lembro de você, porque o mar os fazem ficar ondulados, mas essas ondas são tão macias que me lembram as ondas dos teus cabelos. Sabe aquela árvore da minha esquina? Ah amor, cada vez que a vejo eu lembro de você, toda vez que o vento toca as suas folhas, elas brincam com ele, e se movem de um lado para o outro, parece você, que brinca comigo cada vez que eu te toco. Sabe aquele arco-íris? Me lembra você, cada vez que eu vejo aquelas cores, eu lembro dos teus vestidos, multicoloridos, mas que combinam perfeitamente com você.  
       Amor, sabe aquela brisa? Um dia um rastro de raio de sol, vai tocar um sopro de brisa, mas quando isso acontecer espero estar junto com você, para que possamos olhar para trás, guardar todas as lembranças, e dizer um ao outro que os passarinhos podem voar, e podem ir muito longe, mas que por mais longe que eles possam chegar, eles sempre acertam o caminho de volta para o ninho.
       Ei, amor, nunca esquece que eu te amo, e te amo muito. Voa amor, mas volta que eu tô te esperando...

Raíssa Bahia.

27 de outubro de 2010

Antes de partir...


Esse olhar te amou desde o primeiro dia,
cuidou de você em cada detalhe
Esse olhar estava presente na tua primeira palavra pronunciada,
no teu primeiro gemido,
no teu primeiro choro,
no teu primeiro riso.
Esse olhar te protegeu muitas vezes,
te cobriu do frio,
te curou.
Esse olhar te reparou por horas,
sem cansar, enquanto estavas doente,
Esse olhar sorriu muitas vezes enquanto te via ganhar,
chorou quando te viu perder,
mas esteve sempre ao teu lado
e nunca te desamparou.
Esse olhar foi aquele que te acalmou
quando tivestes medo e
que te consolou quando te feristes.
Esse olhar te repreendeu com dor,
mas com a certeza do que era o melhor pra você
Esse olhar te cobriu,
te banhou,
te ouviu e ensinou.
Esse olhar te deu certezas,
te deu angústia,
mas também riquezas.
Esse olhar te viu crescer,
te viu mudar,
te viu sonhar.
Esse olhar não cansa de você,
não te desampara e nunca te descarta,
sempre te ama mais e mais,
Esse olhar vai estar sempre contigo,
mesmo que esteja longe.
Esse olhar será teu porto sempre seguro
e tua esperança sempre viva
esse olhar nunca vai te machucar,
nunca vai te decepcionar
Esse olhar precisa de você,
mais do que você precisa dele,
apenas valorize a beleza desse olhar sempre que puder,
pois um dia os olhos que te olharam serão cerrados e
esse olhar ficará apenas como uma perfeita lembrança,
mas ainda que não mereças,
te amará tanto,que insistirá em permanecer,
 não mais por ti, mas em ti.

Raíssa Bahia

25 de outubro de 2010

Bobos?


Seria capaz de permanecer horas e horas ali, contemplando as tuas mãos descansando sobre as minhas e admirando o teu olhar repousando no meu, sentindo suavemente teus dedos entrelaçando-se aos meus e a ouvindo tua voz afetuosa apaziguando o meu coração que antes nunca havia pensado tanto em ti. Peço-te apenas que recolha meus medos e troque-os por teus encantos, passado é o tempo em que era fácil resistir a você,estar contigo e desviar o olhar do teu e resistir à vontade de estar ao teu lado...Hoje te ver é necessário e te abraçar é um pecado...

22 de outubro de 2010

O sol, o verso e a minha lei



    O sol, o verso e a minha lei

   Nesta Terra que planta e morre e nasce a planta outra vez
De coroa perolada, o auto da embriagues
Se me serra a viagem, traga a serra de uma vez
Meu baião descompassado que o vento já me fez

Se o Senhor do sol, destino, meu destino em uma lei
De fazer chuver o sertão nos pingos de quem não se fez
Me encareça a sentença que o Diabo me fez ver
Velhos versos de um cordel na cadeira de meu bem
 
Que me rasque o véu do céu
Entre o laço e o forte Deus
Do mais puro destempero que o tempero já me deu
Entre o céu, inferno e a terra
três razões e um só Rei
e no ventre de minha menina: o sol, o verso e a minha lei

_______
A última postagem dessa semana de homenagens do Entreletr@s, espero que gostem! O homenageado é André Butter, na verdade a homenageada sou eu por ter alguns dos versos dele aqui. Ele é um dos poucos que tem a minha confiança plena, uma pessoa companheira, amiga e sem dúvida nenhuma, muito especial para mim, o músico que me trouxe um pouco mais de cultura, e que me fez ser um pouco mais livre de mim mesma. Se não fosse por ele, talvez eu nunca soubesse o quanto às vezes eu sou "vaga", "subjetiva", "metafórica" e "pouco incisiva" (rsrs.). Obrigada Sr.Butter, por isso e por seus versos. Te adoro.

20 de outubro de 2010

O homem que cospe fogo

Lembro como se fosse ontem. Aquele domingo foi especial, tinha 6 anos e um sonho: conhecer o circo. Eu me lembro claramente de ter visto na tv um programa sobre o circo, e todo aquele universo me fascinou, como toda criança merece ser fascinada. Aquelas luzes, aqueles homens engraçados de caras pintadas que conseguiam fazer algo de beleza ímpar, como arrancar os mais sinceros sorrisos, que são os de uma criança. Ficava absurdamente espantado com aquelas pessoas voando, voando... mas não caindo. Porém, o que mais me chamou atenção foram uns caras que cuspiam fogo. Fogo. Curiosidade infantil, foi inevitável. Essa foi a deixa pros meus pais me levarem ao circo pela primeira vez.
Por sorte havia um circo na cidade, um circo famoso, desses conhecidos no país inteiro. Ali haveria de ter o homem que cospe fogo. No caminho, abelhudo como só eu, perguntava insistentemente ao meu pai:

- Como o homem consegue cuspir fogo, pai?

- Ah, filho, eles nasceram sabendo, respondeu dirigindo, dando pouca atenção.

Na minha mente de recém saído das fraldas, pensei um pouco e, meio triste por não ter o mesmo dom, confesso, pensei logo naquilo como um super-poder. A vontade de chegar aumentava, enquanto o circo se aproximava.

E abriram-se as cortinas, o espetáculo começou. Aquilo tudo era mágico, era como estar na Terra do Nunca ou algo assim. As cores pareciam mais coloridas do que pela televisão, a música soava melhor, os palhaços eram mais engraçados. Aquelas trapalhadas, quanto riso, quanta alegria!

Homens ou pássaros? Aquele balé nos ares, perfeição celestial, beleza especial. Voavam dançando, dançavam voando, era realmente impressionante. Mas nem tudo isso nem a grandeza dos leões e dos elefantes tiravam o meu foco dos cuspidores de fogo. Nem eu sabia o por que, nem me importava em saber. Só queria mesmo ver aqueles super-heróis que domavam o que pra mim era indomável. Enfim, eles apareceram.

Meus olhos pareciam não acreditar ainda no que viam. Embaçados, meio embargados, mas suficientemente claros pra me permitir guardar lindas lembranças daquele sonho realizado. Não lembro se aquele era o último número do espetáculo, se não era, não consegui ver nada depois. Saí paralisado, vidrado, extasiado. No caminho de volta pra casa, porém, algo me chamou a atenção, me trouxe de volta ao mundo real.

Quando o carro parou, em um sinal qualquer da cidade, vi dois meninos, crianças, pararem na frente do carro. Uma delas jogava bolinhas para o ar, sem deixar nenhuma cair – ainda não tinha uma noção decente sobre malabarismo. Já o outro... cuspia fogo. Colei meu rosto na janela ao lado da minha mãe, que se assustou. Era um super-herói fora do circo. Nossa! Mas de repente, ele parou e veio em direção ao nosso carro. Aí notei algo curioso. O menino se vestia mal, estava sujo e sofria, cansado, dava pra ver no seu olhar. Ele bateu na janela do meu pai e estendeu a mão, assim como o outro garoto, em outro carro. Mas meu pai não deu atenção. Eu dei.

O sinal abriu, o carro seguiu, e eu via os meninos, em especial o menino que cuspia fogo, se distanciando. Perguntei ao meu pai:

- Pai, ele cospe fogo, ele trabalha no circo?

- Não, meu filho.

- E por quê ele não ta no circo, pai?

- Porque nem todos tem essa sorte, querido, interferiu a minha mãe.

Naquela hora eu não entendi o que minha mãe quis dizer com “essa sorte”, apenas fiquei pensando naquele garoto, vestido tão diferente daqueles homens do circo. Sem brilho, sem maquiagem, sem máscaras.

Alguns anos e certa experiência depois, começava a assimilar as idéias. Já tinha 18 anos, namorava, era universitário, e resolvi sair. Era sábado, e havia um circo na cidade. Ali era uma oportunidade de voltar ao mundo circense depois de muitos anos. Porém, o espetáculo não me parecia tão espetaculoso. Os palhaços não eram mais tão engraçados, os leões não eram mais tão grandes. Era inevitável, o brilho dos meus olhos não chegavam perto daquele de 12 anos atrás. Até que um número me levou de volta à infância. Os cuspidores de fogo.

Poucas coisas me inebriaram tanto quanto aqueles homens. Minha idade não me permitia mais acreditar em um super-poder, mas ali a minha idade não era 18. Era 6. Foi tão mágico quanto da primeira vez. Voltei impressionado, até mais que meu sobrinho de 7 anos que foi ao circo comigo. Voltando pra casa, a história se repetiu. Dessa vez era um só rapaz, devia ter uns 13, que parou em frente ao meu carro, cuspindo fogo. Tudo parou. Ali eu era o meu pai, e me vi no meu sobrinho. O garoto foi chegando... e bateu na minha janela. O quê eu iria fazer? Meu sobrinho perguntou:

- Tio, por quê ele ta batendo na sua janela? O que ele quer?

Não consegui responder. Mas pensei. Ele quer só dinheiro? Não, ele quer mais. Ele quer um almoço, um jantar, uma roupa limpa. Ele quer um futuro. Direito dele, dever nosso, é só uma criança, não merecia estar ali. Baixei o vidro do carro e dei algumas moedas, nem contei quantas. Era pouco. Depois que o sinal abriu, parti com o carro, quando olhei pelo retrovisor nos olhos do meu sobrinho. Outra criança. Espantado, meio triste, ele indagou, não pra mim diretamente, mas pra ele mesmo, que não tinha condições de responder:

- Por quê ele não ta no circo?

Sussurrei pra mim mesmo:

- Nem todos tem essa sorte.

Hoje eu consigo entender o por quê. Mas preferia não entender.

------

Homenagem a Gustavo Ferreira,uma pessoa muito importante e especial em minha vida. Parte do que sou hoje devo a ele, que sempre me ajudou em minhas conquistas, que me apoiou em cada momento ruim e os tranformou em sorrisos, que inconscientemente me ensinou muitas lições, que sempre torceu por mim e  sei que sempre vai estar ao meu lado. Ele é um ombro sempre amigo, um abraço sempre aberto e um carinho realmente sincero. Ele é o responsável pelo Etc&Tal , e cedeu humildemente esse texto maravilhoso de sua autoria para nós, Espero que gostem! Obrigada, Coração, te adoro.

19 de outubro de 2010

Adolescente

Queria entrar na sua mente
Para poder te entender
Sentir tudo o que você sente
Ver tudo aquilo que você vê

Saber se quando estou ausente
Minha falta te faz sofrer
Saber se quando estou presente
Eu te faço estremecer

Queria eu ser o presente
Que você sonha receber
Queria saber se você mente
Quando diz:´´Amo Você``

Pois sem você fico carente
Sua ausência me faz sofrer
Sinto com se estivesse doente
A ponto de morrer.

Deixei de ser inocente
Após te conhecer
Pois o amor vem de repente
Não nos deixa perceber

O meu coração não mente
E isso que você acabou de ler
São as palavras de um adolescente
Apaixonado por você!

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O homenageado agora é Robson Heleno, essa é uma de suas produções poéticas, talvez um dia ela esteja em livro, se não estiver, espero que pelo menos estes versos se eternizem em cada um de vocês.Ele é uma das pessoas mais especiais da minha vida, ele é tudo o que uma pessoa espera de um amigo, esse sim eu sei que é real. Te adoro e te amo Cunhado.

Ao pôr do sol


Ao pôr do sol

Eu vou te dizer

Que o nosso amor

Não pode morrer



Quando as estrelas

No céu despontarem vão dizer

Que a lua, eu fiz pra você



E então eu serei amor

O sereno e o luar será você

Ardente de paixão

Que raia no meu coração.

E então eu serei amor

O sereno e o luar será você

Ardente de paixão

Que raia no meu coração.

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Eu dei de cara com essa imagem enquanto ouvia essa música que alguém muito especial me enviou. A homenagem agora, é a foto, que foi tirada com o talento e a sensibilidade de Victória Oliveira, minha prima, minha irmã e minha melhor amiga. Te amo primuska.Visitem o  Flickr dela e se encantem.

18 de outubro de 2010

Mesmo que não queiras mais ouvir




Quando chegar o amanhã
Eu já terei partido daqui
Não existirá mais a imagem
Nem mesmo um rastro de mim.
Quando chegar o amanhã
A lua já terá se escondido
E meus sonhos mais ocultos
Estarão desfeitos por ti.
Quando chegar o amanhã
As cores não mais existirão
Meu mundo será como o caos
Escuro, negro e sem nós.
Quando chegar o amanhã
Não haverá verdade absoluta
Nem mentiras capazes de dizer
Tudo o que fui ou o que sou eu.
Quando chegar o amanhã
O sol se inibirá e não surgirá
Dos céus só a chuva cairá
Será meu choro, meu lamento.
Quando chegar o amanhã
Lembrarás que já te disse
Com mil olhares sutis
Outras mil palavras de amor.
Quando chegar o amanhã
Saberás de tua própria boca
O que sempre quiseste saber
Sobre o que penso ou sinto por ti.
Quando chegar o amanhã
Encontrarás em cada carinho
Em cada afago ou carícia que fiz
Um beijo, dois beijos de mais amor.
Quando chegar o amanhã
Verás que tudo era tão lindo,
Tão simples, tão perto
Se tornou complexo, tão distante.
Quando chegar o amanhã
Aquilo que vivemos passará
E num passe de mágica vai virar pó
A se espalhar no ar da saudade.
Quando chegar o amanhã
Verás que tudo tem seu tempo
Que a flor tem de nascer no momento exato
Nem antes nem depois, mas durante o orvalho.
Quando chegar o amanhã
Você não vai mais lembrar do hoje
O ontem já haverá se tornado passado
E o talvez permanecerá futuro.
Quando chegar o amanhã
Ainda estarei contigo a toda hora
Mas, agora em silêncio, sereno
Sem as loucuras do meu desejo.
Quando chegar o amanhã
Procurarei  em teus olhos
As respostas para tudo
E me dirás: “Sim, eu sei”.
Quando chegar o amanhã
Saberás que de nada adianta
É tempo perdido, bobagens
Achar que te esqueci.
Quando chegar o amanhã
E despertares do sonho
Verás que estou ao teu lado
ainda faço parte de ti.
Quando chegar o amanhã
Aprenderás que nunca é tarde
Pra dizer: “Também te amo”
Mesmo não queiras mais ouvir.

                               
------

Uma homenagem ao meu herói, homem da minha vida, meu orgulho e meu exemplo, meu pai, Adil Bahia, "Mesmo que não queiras mais ouvir" é uma das suas poucas produções publicadas fora do jornalismo, mas que contém alguns dos versos mais lindos que já li. Te amo pai. 

16 de outubro de 2010

Yin ou Yang?


    Lá está você, livre e aventureira, quando de repente, vem alguém e lhe tira o chão, lhe rouba o ar e não lhe dá nenhuma satisfação. Entra na sua vida, e sem fazer rodeios te cerca por inteiro, lhe tira as palavras, te deixa sem respostas e você por segurança guarda todas as perguntas. Você não sabe o que falar, não sabe o que olhar, não sabe o que fazer e se deve fazer. É como o vento que te toca plenamente, te causa arrepios ao mesmo tempo em que te conforta e alivia. 
     Seu coração palpita, seu olhar simplesmente desvia, mas você sabe que aquela pessoa pode te fazer perder os sentidos, e ainda o fará plenamente consciente de seus atos. Você nunca saberá onde tudo aquilo vai dar, onde seus sonhos se perderão, e quando os seus lábios se encontrarão, a única certeza é de que está cada vez mais perto, e algo dentro de você não consegue fugir, não consegue evitar.
      
        Não deveria, mas te faz bem, muito bem. Você sabe que não deve, mas não sabe ao certo o por que, é aí que você percebe que esse "Ser Misterioso" se aproximou com jeitinho e devagarzinho, lhe roubou até o coração. Te faz perder o sono, não medir seus atos e te torna impulsiva a ponto de você ter dúvidas entre o verdadeiro equilíbrio das coisas, e então lá está você, mais uma vez, mas agora vaga, metafórica, subjetiva, pouco incisiva, sem perguntas, sem respostas, completamente sem ar e sem palavras. Cadê você que ainda não percebeu que está apaixonada?

11 de outubro de 2010

Chave de ouro


O sorriso quando é sincero, é a tradução mais perfeita de nossa alegria, é através dele que representamos as coisas boas que acontecem em nossas vidas, aliás, ele aparece quando temos a oportunidade de sermos felizes, não é? Muitas vezes sorrimos sem pensar, por pensar, por lembrar, por achar, o motivo não importa, se nos faz bem, é impossível conter, sorrimos.

Nem sempre estamos dispostos a enxergar o lado bom da vida e sorrir, esquecemos  na maioria das vezes que grandes problemas, dias ruins e vontade de ficar só de vez em quando, todo mundo tem. Lamentar o problema só dá a ele dimensões gigantescas, e se pararmos um pouquinho para pensar, veremos que eles ganham proporções ainda maiores porque não os evitamos quando eles nos dão sinais de que nos farão sofrer, prolongamos situações que sabemos bem onde acabarão, mas por sonhar demais às vezes caímos, e caímos feio, porém ficar remoendo as dificuldades só faz com que elas se potencializem e se enraízem dentro de nossos corações. 

Coração, é inevitável não chegar a esse ponto, quando o assunto é amor aí sim é um campo onde não temos nenhuma resposta, mas temos um milhão e meio de perguntas, sem exageros, nós nunca sabemos ao certo o que sentimos, é sempre difícil descrever o que acontece dentro de nós, e se já é difícil em nós, nos outros então, é irrevogavelmente impossível, somos incapazes de adivinhar o que o outro pensa ou sente, questões como estas são sempre objeto de tortura a nossa imaginação, e acabamos por exigir tanto dela...

A maior verdade é que, quando é o coração que está em jogo a moeda de aposta é a felicidade. Apostamos tudo o que temos, todas as nossas fichas de felicidade ficam postas à mesa, mas como em um jogo de loteria, em que muitos são os jogadores, mas são poucos os que realmente ganham, devemos estar prontos ou ao menos conscientes de que existirão dias em que ganharemos e outros em que perderemos. 

É claro que perder não é bom pra ninguém, mas por trás de cada perda, nesse sentido, você ganha uma lição, uma experiência, e consequentemente amadurece. É difícil pensar nisso quando estamos imersos em melancolia, tristeza e dor, pensar em tirar lição de alguma coisa é uma tarefa bem complicada, mas é sempre bom lembrar que a vida é um dom que Deus deu a cada um de nós, e ela é como uma chave de ouro, portanto, cabe a você cuidar bem de sua chave e não condicionar a sua felicidade a nada, nem ninguém, a não ser você mesmo. 

 A pior solidão é aquela que vive dentro de nós mesmos, é como um abismo do qual não conseguimos sair, acontece quando deixamos com que as pessoas escolham por nós, e se alguém disser que não deixa que ninguém escolha, estará mentindo, pois a partir do momento que algumas pessoas se preocupam mais com o que as pessoas acham ou vão achar de alguma coisa, acabaram de permitir que elas determinem um pouco de sua personalidade, e consequentemente você viverá infeliz em todos os aspectos de sua vida.

O que é pra ser seu será. Não invista suas ambições em pequenos projetos, pense alto, mas sempre com os pés no chão, não acredite em pessoas que fazem as melhores declarações de amor e não estão ao seu lado, não é com você que ela pode sair andando de mãos dadas ou lhe beijar sem medo de ser vista, pense que se elas realmente quisessem, estariam com você. Quem quer faz, quem não quer tem sempre uma extensa lista de desculpas.

Viva bem com os outros e consigo, mas se pergunte sempre se aquilo que você está sendo é o melhor que você pode ser, não para os outros, mas o melhor que pode ser para si. A grande mudança não está no mundo, está dentro de nós, e é cultivada todos os dias, cabe a cada um saber reconhecer  e admitir, por mais difícil que seja na maioria das vezes, que algo está errado, aprenda a dizer sim e a dizer não. 

Parar de perder tempo em situações vãs, e plantar no coração coisas boas, não é um bom começo, é a verdadeira fórmula para a felicidade. Pense naquilo que você tem de bom e se alegre por isso, não permita que a sua vida seja o jardim para que os outros plantem seus sonhos, você vive para fazer com que as possibilidades do seu coração aconteçam, então alimente-o com a melhor parte da vida e seja feliz, isso é o que realmente importa. Fica a dica.

8 de outubro de 2010

Depois da meia noite EU não sou mais EU.



Tenho que dizer que foi loucura minha,
que nada me impedia,
e que eu tive um dia péssimo,
talvez isso seja reflexo
da resposta que tive que dar,
vou ouvir todas as minhas amigas,
dizendo que não sabem o que aconteceu,
que ele sendo um rapaz lindo,
educado e fino, por mim se perdeu.

Veio com flores, com palavras doces,
um lindo pedido e eu o magoei.
Disse não, e como justifica
disse que ele merecia
alguém melhor que eu.

Vale dizer a verdade,
Que a felicidade
não é mais bem meu,
Que meu coração, querido
Não tem livre arbítrio
Por isso não esqueceu,

Aquele que comigo anda
E como faz de conta,
Digo que é amigo meu,
Falo com sinceridade
A mais pura verdade,
Ele é o dono do carinho meu.

Eu sempre estarei por perto
Estando aqui ou no deserto
O meu amor, Coração, é teu!

Raíssa Bahia

7 de outubro de 2010

Solidão


Manhãzinha, já nasceu o dia

E meu sonho lindo teve que acabar,
Vem você e todo o seu encanto,
Já sanou todo o meu pranto,
Vem pra me alegrar
Quem me dera que a noite tivera
Vinte e quatro horas só pra eu não acordar.

Ficaria feliz nessa vida
Sintonia viva que vem te esperar,
Meu amor, a madrugada é fria
Sem você vazia
Canso de esperar.

Vem, esquece, tudo o que disseste,
Coração padece, quer te encontrar.
Aparece, já logo amanhece,
Peito entristece e terei que acordar,

Te espero, porque sim, te quero
Estando longe ou perto
Sempre vai lembrar,
Que aqui um coração aflito,
Foi por ti ferido,
Sempre a  perdoar,

Atravessa rio, mar, deserto,
O destino é incerto, mas vou te ajudar
Bem aqui um coração sincero,
O meu mais doce afeto
Que quer te tocar, quer te amar

Ai amor, essa saudade mata
E muito me maltrata
Até me faz chorar...
Nos meus olhos o brilho do sorriso
Vem te dar abrigo
Como é bom te amar

É tão bom poder te olhar nos olhos
Deitar no teu colo , poder te beijar
Eu tento nas noites sozinha
Pensar na alegria que é te ver chegar
Meu amor, não vai embora agora
Fica aqui, demora, é a nossa história
Que veio pra ficar...

Raíssa Bahia

4 de outubro de 2010

Não ao mar...

Eu apenas observava os dois. Ela era completamente apaixonada pelo mar, e isso não era segredo para ninguém, todo o início de tarde ela ia visitá-lo. Quando estava triste, ela sempre caminhava em direção a ele, era como se de certa forma ele lhe consolasse, e quando ela estava feliz, as ondas agitadas pareciam estar em comemoração, e isso a deixava cada vez mais extasiada.

Eles estavam cada vez mais próximos, ela sentava na areia só pra ficar perto dele, e o admirava por horas a fio, ele por sua vez, fazia com que as ondas lhe beijassem os pés, lhe presenteava com conchinhas e estrelas-do-mar, ela sorria e seu pensamento sempre parecia flutuar. Naqueles momentos não existiam palavras, o mundo era mero detalhe, a perfeição maior estava contida nos olhos e no coração.

Não existia mais nada que os separasse, perto dele ela se sentia segura, ele havia se tornado o seu companheiro mais fiel, nunca a deixava sozinha, pouco importava se ela estava de jeans e camiseta, de vestido ou de shortinho, ele sempre lhe beijava os pés.

Como estava cada vez mais encantada, achava que sempre havia de estar mais próxima a ele, até o dia em que resolveu abraçá-lo, ela se despiu, pois queria sentir no corpo inteiro os beijos que ele lhe dava, e foi ao encontro de seu amado.O mar estava agitado, e aos poucos era como se ela e ele fossem um só, as ondas a cobriam e descobriam, como em um jogo de esconde-esconde, ela parecia gostar daquilo, sorria como uma criança, acompanhava o vai e vem das ondas, fechava os olhos, não sentia o tempo passar, a magia daquele momento parecia que jamais teria fim, sonhava.

O mar se acalmou, ela perdida em extremo fascínio, não percebeu o momento em que ele deixou de tocar seus ombros, as ondas em fúria viraram marolas, devagar ela se deu conta de que o vento soprava sobre o seu corpo despido, ela sentiu o frio que a noite carrega consigo,olhou para o horizonte e não mais viu o sol, o céu estava negro como os seus olhos e o mar já não lhe abraçava como antes, ela não conseguia mais vê-lo, apenas o ouvia, e o sentia tão distante que ao dar um passo para tentar encontrá-lo, sentiu um ardor terrível nos pés e tropeçou, caiu sobre pedras que machucaram seu corpo inteiro, clamou pelo mar e ele não veio ao seu socorro, ela sentia frio, medo, insegurança e dor.

Entre uma queda e outra, ela conseguiu chegar a um lugar menos perigoso, sem pedras, mas naquela escuridão era impossível achar suas roupas e voltar pra casa, melhor seria ficar por ali e esperar o amanhecer, acabou adormecendo.Acordou, coincidentemente perto de suas vestes, com beijos que não eram desconhecidos. Era o mar, parecia que ele pedia desculpas por tê-la magoado, ele estava mais lindo do que nunca, o sol o iluminava de forma tão bela que o seu azul parecia mais brilhante, ela o olhou e não mais sorriu.

Dessa vez, chorou. Chorou porque acreditou e confiou nele, achava que ele a protegeria e estaria ao seu lado como sempre estivera, mas nem os melhores beijos e beleza do mar foram capazes de curá-la naquele momento das dores que sentia e do sangue que a revestia. Ela sentiu no peito um sabor amargo, a solidão lhe invadia a alma e seu coração naquele momento sangrava mais que o seu corpo...Ela se foi, com aparência de quem não voltará jamais.
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