28 de junho de 2012

Bagunçar a vida


Sempre tem um dia em que a gente resolve tirar todas as coisas do lugar só para, depois, colocá-las em ordem novamente. Acontece o tempo inteiro com os livros que, primeiro tiramos a poeira, colocamos para “respirar”, arrumamos do menor para o maior, depois os que contém o maior número de páginas, depois classificamos gêneros e, por fim, os com que se tem mais afinidade ou os de maior relevância.
Acontece com as roupas, que um dia arrumamos em degradê, em outro pelas mais usuais, no outro pelas marcas e assim por diante. Jeans, nos cabides de ferro, no lado esquerdo, porque na semana passada estavam no direito. Camisetas e shorts na terceira gaveta. Vestidos nos cabides de madeira. Blusas nos cabides de plástico. Uma gaveta de meias. Algumas semanas depois a gente tira tudo do lugar, inverte a ordem novamente e fica tudo certo.
Na vida também é assim, às vezes, precisamos bagunçar tudo que está guardado para ver se aquela pilha de coisas ainda pode ser arrumada de novo, e se não puder, infelizmente ela precisa encontrar outro lugar pra ficar. Um dia, quem sabe, a gente tira para bagunçar as amizades... em um ano quantos chegaram e quantos se foram? Quem voltou? Quem está há muito tempo? Quem passou rapidamente? Quem foi aquele que chegou ontem e já é importante? Quem é aquele que não merece estar entre os seus?
No outro, a gente bagunça a universidade, o trabalho, a família, o amor, só para ver se tudo pode voltar a se encaixar melhor em outro, ou em seu devido lugar. Mas é claro que isso só é possível quando o destino não se encarrega de “bagunçar a casa” por nós; e quando isso acontece, temos que arrumar tudo o mais rápido possível, antes que tudo fique insustentável.
Assim como os livros precisam de ar, nós também precisamos; ficar sozinho, às vezes, é bom; “Faxinar” pensamentos, lembranças indesejáveis, medos, traumas e aflições que insistem em viver hodiernamente, faz um bem tremendo. Às vezes, a gente precisa tomar cuidado, a tendência é sempre virar rotina, e o “costume” é a pior coisa que existe! Bom mesmo é trocar as coisas de lugar, renovar de vez em quando, para que elas permaneçam na sua vida, mas de forma nova, inusitada, diferente do que um dia elas foram.
  
            
Fonte Imagem: http://assimcomoasestacoes.blogspot.com
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