27 de janeiro de 2011

Despedida



Foram risos e choros contidos
Foi um laço de risco, um traço,
mas todos feitos contigo.
Foi um rabisco perfeito,
ou uma fórmula errada de amor que,
surtiu efeito e virou acerto.

Quando eu quis um ombro,
fostes o amigo.
Quando eu quis proteção,
fostes o anjo.
Quando eu quis carinho, 
fostes o irmão.

Talvez o arco-íris traduza
o que o desenho feito a giz,
por aquela criança, representa.
Talvez o menino esqueça
que o diamante nem sempre
fora tão lindo e brilhante.

A distância pode maltratar,
mas os raios de sol,
sempre aparecem calados
depois de um dia nublado.

Como a maior estrela que apareceu,
ele veio, ficou e não desapareceu.

16 de janeiro de 2011

O sabor da vingança - Final

A data do casamento foi marcada. Os preparativos da festa entusiasmavam cada dia mais os noivos. Eles escolheram juntos cada detalhe. Victória estava radiante, Lucas nem se fale.  Os dois não falavam de outra coisa a não ser o tão esperado dia do “sim”. Enquanto isso, Pedro ao saber da data do casamento planejou tudo para que, neste dia, ele pudesse desviar o caminho de Victória até a igreja e a levasse para um lugar bem distante de Lucas, o qual ele pudesse tentar resgatar o amor de Victória, que ele acreditava estar adormecido.

Como tinham uma amiga em comum, Pedro colhia informações acerca de Victória, e conseguiu contato com a companhia responsável por Beto, o motorista que levaria Victória até a igreja no dia do casamento. Pedro ofereceu uma alta recompensa a ele, para que Victória fosse levada ao encontro dele e não de Lucas no dia da cerimônia. Beto aceitou o acordo, com a condição de que metade do pagamento fosse antecipada. Pedro concordou e deu a ele a metade da quantia.

Chegou a véspera da cerimônia. Pedro não dormiu, passou a noite inteira pensando no que diria para Victória e tinha no coração a certeza da reconciliação. Victória, também não dormiu, ansiosa pela hora da cerimônia, passou a noite inteira pensando em Lucas. Relembrou o início do namoro dos dois, das besteiras que falava, das besteiras que ouvia, das brincadeiras. Sorria, pois tinha no coração a certeza de que Lucas era o homem que amava. Lucas dormiu. Estava cansado depois da baita despedida de solteiro que ganhou dos amigos, mas sonhou com Victória, linda e radiante dentro de um vestido de noiva.

O casal Victória e Lucas se falava apenas ao telefone, estavam ansiosos, eufóricos e mais felizes que nunca.  Pedro arquitetava tudo com Beto, era um plano que não poderia ter erros, caso contrário perderia Victória para sempre. Enfim, a hora do casamento se aproximou. Um carro de luxo blindado parou à porta de Victória. Ela entrou. Lucas já estava na igreja, mais lindo do que nunca, porém nervoso com a demora da noiva, mas sempre consolado pela mãe que dizia: “Se a noiva não atrasar, meu filho. Não é um casamento de verdade!”, ele sorria.

Beto estava com a noiva, que já completava uma hora de atraso. Ela estava nervosa, pedia a Beto que corresse, tinha medo de seu noivo desistir, e ele a pedia calma, dizia à ela que um amor de verdade espera o tempo que for necessário e que se Lucas não a esperasse,era porque não era digno de seu amor. Foi então que a noiva indagou: “LUCAS? O nome de meu noivo é Ricardo!”. Beto parou o carro imediatamente. Foi quando percebeu que estava com a noiva errada.

Enquanto isso no altar, o atraso do motorista não foi motivo para não haver casamento, o padrinho de Victória foi buscá-la em seu carro blindado e Victória e Lucas trocaram alianças e confidencias de uma vida inteira. Casaram, e hoje renovam seus votos em Bodas de Ouro. 


Agradecimentos:
Ana Cruz, Carolina Cruz e Victória Oliveira.

15 de janeiro de 2011

O sabor da vingança - Parte IV

      Pouco mais de um ano. Foi esse o tempo que Victória esperou por seu amor. E ele apareceu, ou melhor, reapareceu. Lucas voltou para a vida dela, de uma forma inesperada. Victória sentiu no peito uma explosão de sentimentos que jamais sentira antes, nem por Pedro. Era um misto de amor, carinho, companheirismo, cuidado e atenção. Era uma vontade de estar perto, de abraçar, de beijar, de tocar, de nunca mais ficar longe. Era amor de verdade.

      Ela percebeu que algo entre eles estava diferente. Ela, bem mais segura e madura deu a ele a segurança e certeza que os dois precisavam. Voltaram e se encontraram no momento certo. Victória percebeu com Lucas que sempre se iludiu com relação ao amor, na verdade ela nunca o sentiu de verdade e que esse sentimento era bem mais do que ela pensava. O amor estava ali, na sua frente transpondo empecilhos, palavras e leis.

    Lucas não estabeleceu regras, não criou barreiras, não impôs nada, não proibiu. Deu à ela toda a liberdade que ela precisava e ganhou respeito sem pretensões. Foi natural. Foi verdadeiro. Foi intenso. Victória se deu conta de que amor não era ciúme, era carinho. Amor não era briga, era cumplicidade. Amor não era ameaça, era proteção. Amor não era uma prisão, muito menos um jogo. Amor era a liberdade que fazia do seu coração a presa mais fácil do mundo, mas só para Lucas.

     Victória estava apaixonada, pode-se dizer que, verdadeiramente apaixonada. Pela primeira vez ela não se sentiu ameaçada, ela não sentiu medo, ela foi loucura e lucidez. Victória estava mais uma vez, namorando e por mais que essa palavra a assustasse antes, o sentimento que ela agora carregava no peito a fazia cada dia mais forte, mais mulher, mais viva dentro de si. Lucas a trouxe de volta à vida, resgatou sua essência mais nobre e a fez a mulher mais feliz do mundo.

   Pedro acompanhava de perto a felicidade da ex-namorada, que pela primeira vez, teve coragem de enfrentá-lo por alguém. Ele sabia o que Lucas estava representando na vida de Victória, sabia que precisava fazer alguma coisa para impedir a felicidade dos dois e roubar Victória de uma vez por todas de qualquer ameaça. Mal sabia ele que, Victória já não era sua há muito tempo, e que o coração dela, enfim, havia encontrado a paz que precisava. Ela estava plena, completa e feliz, e Pedro inquieto continuava a arquitetar planos para tê-la de volta.

     Quatro anos de namoro com Lucas, e o coração de Victória ainda palpitava a cada palavra que ele dizia. Os dois se amavam de verdade e isso era inegável, eram cúmplices e pertenciam um ao outro, nada nem ninguém foi capaz de abalar o relacionamento deles. Eles cresceram juntos, vibraram com as conquistas juntos e Victória tinha certeza de que Lucas era o seu verdadeiro amor.

     Lucas era romântico, carinhoso e convidou Victória para ir ao seu apartamento. Um jantar feito por ele. Como era o aniversário de quatro anos de namoro dos dois, ela imaginava que fosse um jantar de comemoração entre ele e ela, só não esperava encontrar seus pais e os dele no apartamento. Ele escolheu o melhor vinho, o melhor prato e fez a noite de Victória ser marcada com um pedido de casamento. Ela chorou de emoção, sorriu de alegria, o beijou como nunca e disse o que seu coração gritava sempre, por qualquer pedido de Lucas: "SIM, eu aceito.".


14 de janeiro de 2011

O sabor da vingança - Parte III

     Assim o fez, terminou o namoro com Pedro e engatou outro em seguida. Fez o possível para não se envolver e quando percebeu que Roberto estava perdidamente apaixonado, terminou com ele. Era prazeroso ouvir as lágrimas de Roberto ao telefone, as súplicas que ele fazia para que ela voltasse e as loucuras que ele era capaz de fazer por ela. Ela ria. Ria por ver o quanto ele estava sendo um brinquedo nas mãos dela.

    Férias da faculdade. Veio então David, que fora a presa mais fácil de Victória. Ele era bonito, chamava a atenção por onde passava, mas era ingênuo. Ela o envolveu e o seduziu, mas só deu o ar de sua graça a ele por um dia. Um dia, foi o tempo suficiente para que ele ficasse perdidamente apaixonado e não parasse de pensar nela. Ela se foi e o deixou, com aquele desejo de tê-la cada vez mais. Ele se foi e nem na lembrança ficou.

     Então apareceu Alex, que por mais diferente que fosse, tinha a mesma essência dos outros. Na verdade, ele nem seria a próxima vítima da diversão de Victória, ela nem o enxergava. Ele se apaixonou por ela sem que ela soubesse e um dia resolveu se declarar. Despertou nela o sentimento de vingança por Pedro, e mais uma vez ela resolveu agir. Victória estava ficando cada vez mais fria e metódica com os sentimentos e com as palavras, ela conhecia todas as armas para laçar o coração de um homem, a palavra certa, o tempo certo e mais uma conquista. Tudo estava virando um jogo para Victória.

     Antes de terminar com Alex, uma traição aconteceu, porém fora dos planos de Victória. Lucas aconteceu na vida dela, ela bem que tentou, mas não conseguiu fazer seu coração não gostar de Lucas. Ele era doce, educado, bonito e a fazia sorrir, a fazia bem e feliz. Fez a vida dela fazer realmente sentido, ela percebeu que Roberto, David e Alex não tinham culpa de nada que Pedro havia feito, então resolveu terminar com Alex e ficar com Lucas.

      Deu certo por alguns meses, mas Victória não sabia como lidar com esse sentimento. Tinha medo de se machucar, tinha medo de sofrer e não estava mais acostumada com o palpitar de seu coração. Tinha insegurança, tinha incertezas e muitas desconfianças e, não era Lucas, o culpado por isso, era ela que tinha a mente povoada com as idéias mais bizarras e a imaginação recheada de pensamentos ruins. Victória perdeu Lucas.

       A perda de Lucas fez com que Victória mudasse. Ela se dispôs a esperar o tempo necessário para se envolver com alguém que amasse de verdade. Ela cresceu, amadureceu e entendeu que relacionamentos vão além de uma atração. Relacionamento é coisa séria, é entrega verdadeira, é mais e está acima de qualquer brincadeira. E ela esperou que acontecesse, não procurou, não forçou nada, apenas esperou com paciência.



13 de janeiro de 2011

O sabor da vingança - Parte II

    Uma semana depois, Pedro foi à casa de Victória, ele dizia que estava arrependido de tudo o que havia feito, e que descobriu que, Victória era a mulher que ele amava. Ela era orgulhosa e mesmo com o coração acelerado e pedindo para que ela desse uma segunda chance, e ela disse não. Uma coisa em Pedro era admirável: A persistência! Ele não desistiu, e ligava para Victória todos os dias dizendo que queria ser apenas seu amigo, que se preocupava com ela porque a amava e respeitava a posição dela, pois sabia que seu erro era grave.

     Um mês depois, ela já estava menos magoada, e eles resolveram sair juntos. Pedro sabia que ela sentia sua falta e armou tudo para que nesse encontro as coisas voltassem aos eixos. E conseguiu. Ele fez nesse passeio coisas que nunca havia feito antes, comprou flores, disse as coisas mais lindas que ela poderia ter ouvido dele e pediu como um cavalheiro, de joelhos, para que ela voltasse. Ela, ingênua e frágil, aceitou, com a condição de que aquilo nunca mais se repetisse e que a partir de então a coisas seriam do jeito dela. Ele concordou, mas no fundo sabia que não seria assim.

     Tudo voltou ao normal, ou quase. As brigas por ciúmes, em sua maioria, agora causadas por Victória, tornaram-se uma constante no relacionamento que, ficava cada vez mais  agressivo. O respeito dos dois acabou. As agressões eram verbais e chegavam um passo de serem físicas e mais um ano foi perdido nessa brincadeira.

     Dois anos de namoro, Victória não confiava mais em nada que Pedro dizia, por mais verdadeira que fosse a história, muitas traições da parte dele aconteceram e ela se fez de desentendida. Pedro já não era mais bem vindo na família de Victória por todas as vezes que a fez chorar, gritar e discutir. O relacionamento já estava bem mais que desgastado. Nada mais além da conveniência unia os dois.

     Ela tinha certeza de uma coisa: “Amor”, era algo que não existia mais. Estar com Pedro já não era algo prazeroso, ela preferia mesmo era estar longe. Decidiu então colocar um ponto final no relacionamento e encarar a vida de outra forma. Prometeu para si que, jamais deixaria que um homem a dominasse tanto, que a partir de então ela brincaria com eles e que nunca se apaixonaria de novo.


   

12 de janeiro de 2011

O sabor da vingança - Parte I

Victória e Pedro eram um casal apaixonado. Conheceram-se na adolescência por meio de uma amiga em comum e pouco tempo depois começaram a namorar. O amor dos dois era algo de dar inveja a qualquer casal. Era um excesso de carinhos, de cumplicidade, de companheirismo e, é claro, amor. Eles não se desgrudavam um instante sequer, a vida dos dois era algo que já estava a um passo de se tornar uma só. Tudo que Victória fazia, Pedro sabia e tudo que Pedro fazia, Victória sabia, ou pelo menos achava que sabia.

Como nem tudo é um mar de rosas, nem todos os excessos dessa relação eram positivos. O ciúme excessivo de Pedro era algo que todos percebiam, mas Victória cada vez mais envolvida, apaixonada e submissa nunca deu muita importância a isso, de certa forma isso era uma prova de que Pedro tinha medo de perdê-la e isso a deixava feliz.

Pedro tinha ciúmes das roupas, dos perfumes, dos acessórios e tudo o que Victória representava. Todos os gestos eram reprimidos, o velho passeio entre amigas com direito a compras e cinema, foi algo que ela teve que colocar como carta fora do baralho. Sair? Só com Pedro, afinal, era com ele que ela passaria o resto de sua vida, então que necessidade teria ela em sair com outras pessoas? No entanto, ela nunca foi de fazer cobranças e sempre que ele queria sair com os amigos para o futebol ela deixava, e o deixava ir só.

Victória aceitava todas as condições. Era jovem demais e sua falta de “maturidade” para encarar relacionamentos já lhe fizera perder um “grande amor”, portanto, manter o relacionamento com Pedro era bem mais que uma questão de buscar a felicidade, era uma questão de honra. Ela não podia deixar outro “amor” escorrer por suas mãos e escapar por entre seus dedos.

Um ano de namoro, ela vibrava com aquilo, suas amigas nunca conseguiram isso, tudo estava a mil para uma super comemoração. Victória escolheu a melhor roupa para sair com Pedro, e o esperou para que eles fossem ao lugar que ele quisesse. Pouco tempo depois, chega Pedro, com uma caixa de chocolates em forma de coração nas mãos, e o coração de Victória pulsava de alegria.

Antes de saírem, Pedro pediu a ela que sentasse para conversar. Ela esperava uma surpresa grandiosa, e teve. Pedro contou que a havia traído, com uma prima dele que passava um tempo em sua casa e, não foi apenas uma vez. O dia perfeito de Victória acabou ali e o fim do relacionamento dos sonhos também. Ela decidiu acabar tudo, seu ego estava ferido, sua honra mais ainda. Ela que sempre foi fiel, que nunca havia pensado em traição e que havia dedicado os últimos meses a fazer o relacionamento dar certo e ser perfeito, fora traída sem o menor pudor e ele nem sequer fez questão de poupá-la.


5 de janeiro de 2011

Caminhada



Caminhar contigo pois tua alma me oferece abrigo
Caminhar contigo mesmo que o mundo me ofereça perigo
Quero mesmo é estar contigo,
Estar contigo é ver o sol nascer
Estar contigo é não ter nada a perder
Estar contigo é resgatar cada gota de felicidade perdida
Estar contigo é ver sarar no peito cada ferida
Estar contigo é conhecer o amor verdadeiro
Estar contigo é entregar-me por inteiro
Estar contigo é desfrutar dos teus melhores beijos,
As melhores poesias e exalar belos versos,
Te ter ao acordar, ao levantar, ao sonhar,
Te ver a todo instante, num sonho constante,
Viver cada um dos dias ao teu lado,
Te amar, te acalentar, te resgatar e te fazer sonhar
A cada entrelaçar de mãos,
A cada olhar apaixonado,
A cada palavra pronunciada,
É apenas o início da maior e melhor
caminhada que já fiz na vida,
 meu amor, minha vida.


Raíssa Bahia
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