12 de novembro de 2011

Cerne


Chega! Por favor, para com essa mania de se apaixonar tão rápido, de se perder loucamente e de se aventurar sem ter certeza do que você irá encontrar do outro lado. Ei, você já tem mais de duas décadas, já deveria ter se acostumado com isso e não ter se deixado levar pelas palavras. Eu sei que seu companheirinho lá de cima demora a processar essas coisas, ainda mais quando é tão rápido e sem explicações assim.
Entenda uma coisa: essas promessas não foram ditas pela primeira vez a você, esse discurso já estava pronto, às vezes ele é sujeito à modificações com o tempo, ou só se repetem mesmo. Para de acreditar que aquelas palavras eram sinceras, porque talvez nem fosse aquilo que ele estivesse sentindo. Por favor, eu estou tentando te ajudar. Você há pelo menos cinco anos passa pelas mesmas coisas, e mesmo assim ainda insiste em acreditar que aquele sentimento existiu? Então me explica como ele desapareceu em poucas semanas?
Lembra do início? Então responde: Quais foram as palavras? Mudaram em relação ao último? Viu? Eu te falei! Agora vê se para de ficar nervosinho aqui dentro, para de provocar essa dor que eu já não tô mais agüentando. Eu tento dormir e você não sossega. Tá, não é pra sossegar tanto, sabes bem que eu preciso de você, mas assim não dá! Eu preciso de você bem e feliz, e não me acordando às três da manhã doendo e gritando desesperadamente.
Quantas vezes eu te avisei pra tomar cuidado? Por que foges assim de mim quando eu menos espero? Já disse pra não se acostumar com estranhos e ficar quietinho aqui até ter não ter dúvidas, mas não, vais embora feito um passarinho sem dono e quando te acertam a asa esquerda voltas pra casa, sangrando, ferido e destroçado. Imaginas o quanto me dói te ver assim? Eu me sinto extremamente responsável por você, mas não compreendes que eu só quero o melhor pra você, porque é isso que mereces: O melhor!
Promete pra mim que dessa vez vai ser diferente? Que por mais que as palavras te encham de satisfação não vais acreditar logo que é amor? Mostre que tem medo, pulse devagar, não acelere e não me deixe inquieta, porque eu não sei o que fazer. Quando estás a mais de cem por minuto eu não sei se presto atenção em alguém ou se cuido de ti antes que me mates. É, podes me matar, sabia?
Vamos fazer um acordo. Cuida de mim e me deixa cuidar de ti. Eu te amo porque és meu, então aprende a me amar, porque eu também sou tua. “Eu vou estar aqui pra você, pra sempre”, lembra sempre disso. Nós dependemos um do outro, me deixa te proteger só dessa vez? Quando eu gritar, por favor, me escute. Quando der vontade, por favor, não procure. Quando lembrar, por favor, esqueça. E quando sentir saudade... Não chore.  


Fonte Imagem:http://coisasecriticas.blogspot.com

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5 comentários:

  1. De um realismo sutil que eu ainda não tinha visto em ti. Fiquei surpreso. Se acaso eu tivesse propriedade para avaliar, diria: excelente!
    Parabéns...^^

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  2. Me encantaste com esse texto!
    Sou do tipo que se apega super fácil as pessoas,portanto sei como isso funciona.
    Ótimo texto!
    Ps.Dá pra parar de fazer inveja por escreveres tão bem? Grata!

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  3. ai, doeu aqui, no (meu) destinatário do texto.

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  4. Muito bom. Simples e sincero, com uma meiguice totalmente única.

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  5. Sempre assim.
    Mas não brigue com seu coração dessa maneira. Deixa ele voar, com prudência claro, mas deixe. O erro de nossos dias atuais é não deixar o coração voar.

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