4 de julho de 2012

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É sempre assim, depois que tudo acaba a gente dá um jeito de refazer a vida e aprende a conviver com a ausência daquela pessoa. Dói um pouco no início, alguns lugares sempre vão te lembrar daqueles momentos, aquelas músicas sempre vão te fazer chorar, até o dia em que você nem se dá conta de que não pensa mais nela. Às vezes, nem é porque você quis esquecer, mas sua vida se encarregou de te ocupar de tantas formas e tudo passou a ser mais importante do que ter tempo para sentir saudade.
Eis que um dia, daqueles que não são comuns; daqueles em que por alguns instantes seu tempo se fez livre; daqueles em que em meio a tantas tarefas e obrigações, tantas leituras e compromissos, um sonho te faz perder o equilíbrio. Sim, um sonho. Freud explica dizendo que os sonhos nada mais são do que aqueles desejos reprimidos os quais não temos coragem de pôr em prática e, se você não põe, seu inconsciente vai lá e “plin” faz tudo para você.
Pode ser irreal, mas você consegue ver aquela pessoa, tocá-la, olhar nos olhos dela e seu coração, aquele cerne descontrolado, acelera tal qual o dia em que vocês trocaram aquele primeiro beijo. Pouco importa onde vocês se encontraram. Na praça? No parque? Na chuva? Era noite? E se você não lembrar? Mas quem esquece? O orgulho esquece, mas a memória... Ah, essa é uma artista! Ela consegue te convencer de que tudo está em paz até que, em um dia incomum, ela te traga de volta todas as lembranças que você nem sabia que ainda estavam guardadas.
Mas, o dia é longo, você tem sempre um milhão e meio de coisas a fazer. Pessoas falam com você a todo o momento e sua concentração precisa estar em ordem para atender ao que cada um lhe pede. Então, é hora de ir a algum lugar, um lugar que você vai todos os dias, mas nem lembrava mais que vocês enquanto eram dois viviam por ali, trocando declarações ali justamente naquele lugar por onde você passa todos os dias preocupada com o que deve fazer depois que chegar em casa, pensando na vida ou em qualquer outra coisa, menos: nele!!!
Você passa, olha, não o vê, mas consegue projetar naquele lugar todas as vezes em que vocês estiveram ali em uma questão de segundos, e... não é que de repente a música “de vocês” começou a tocar? Sem perceber, você deixou escapar aquela lágrima que o orgulho te fez guardar por todo esse tempo. Um  lágrima que guardava tanto aperto, tanta dor, tanto rancor.
Todas as dúvidas voltam à tona, mas elas já não querem respostas, elas só querem paz. Elas só querem voltar a se ocupar de tantas outras coisas a ponto de não conseguir mais ter um segundo de tempo livre para pensar em nada ou... em tudo! Um sonho, uma palavra, um lugar e você simplesmente perde a razão. Se você acreditava dessa vez estar fazendo o certo, parabéns, pode ter certeza de que você não tem certeza de mais nada. Absolutamente... NADA!
                      
Fonte Imagem garotacrescida.blogspot.com
                                      

3 comentários:

  1. Tipo de texto que te faz lembrar histórias...

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  2. Muito belo seu texto.
    Complicado....quando pensamos ter esquecido alguém, lá vem esse caminhão de lembranças nos atropelando.
    Eu prefiro acreditar que nunca esquecemos de alguém, na verdade o que fazemos é aprender a conviver sem, mas esquecer... muito difícil.

    Um bom domingo.

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  3. Oi, Raíssa

    Adorei sua visita e vim retribuir. Seus textos são muito bonitos e nos fazem repensar histórias guardadas no baú do tempo. É exatamente assim: um dia, sem saber como nem porque elas retornam, às vezes para nos confundir, revirar cinzas e acender o fogo que jazia no esquecimento, outras nos chegam suaves, mas sempre com gosto de saudade...
    Serás sempre bem vinda!
    Beijos

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