20 de outubro de 2011

Um dia


             "Se o mundo acabasse amanhã eu me casaria." foram essas palavras que eu gritei pouco antes de saber que o mundo iria acabar em 24 horas. Tinha apenas um dia para encontrar a mulher perfeita, mas eu sempre fui um verdeiro nerd. Nunca iria conquistar ninguém assim em tão pouco tempo. Eu era tão feio. Isso me desencorajava mais ainda.
            Não tinha amigos para me apresentar uma namorada. Não tinha ninguém. Fiquei desesperado. Não acreditava que isso estava acontecendo. Eu era um homem de palavra teria que cumprir o acordo. Mas quem seria a bela mulher que eu iria me casar? Quem iria me querer? Eu que gosto de colecionar selos. Arrumar os chinelos ao dormir. Que come comida sem sal. Eu que sou um sem sal. Quem iria me aguentar? Nada mais restava a fazer nas próximas 24 horas a não ser encontrar alguém e me casar!
            Comecei a correr, não sabia para onde. Corria pelo bairro. Procurava pelas janelas alguma senhorinha encostada. Só o que eu via eram cortinas e vasos de flores. Corri mais ainda. E avistei uma casa. Na frente tinha um cão muito brabo. Ele latia para mim com ódio. Como se eu o fosse matar. Nunca vi tanto ódio em um olhar. Pelo fundo da casa mais um cão. Este veio de fininho e quase levou a minha mão. Justamente a mão em que eu iria usar o anel de noivado. Não desisti. Sentia que ali naquela situação de hostilidade estaria o que eu procurava.
           Bem ao fundo da casa avistei uma mulher. Ela estava costurando. Estava concentrada e linda. E a chamei. Bati palmas. Os cachorros latiam, mas ela pareceia que não escutava. Decidi pular o muro da casa. Pulei sem medo. Alí não havia mais cachorros. Na verdade não via mais a casa. Não via mais nada. Estava tudo escuro. Bem na minha frente a mulher aparece. Olhava para mim concentrada. Ele era meiga como um anjo. Me chamou pelo nome. Eu não entendi. De repente ela saca uma aliança linda de ouro e coloca no meu dedo anelar. A promessa então, estava cumprida.
           Eu estava casado. O mundo ficava azul. Ouvia um barulho de cachoeira e de pássaros. Sentia cheiro de flores. Senti uma sensação muito estranha de queda. Foi rápido e intenso. Abri os olhos. Estava na minha linda fazenda. Bem na minha frente minha esposa, meus dois filhos e meu cãozinho. Foi um lindo sonho. Agora é realidade.
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Raimundo Silva Neto é estudante do 3º ano de Letras- Língua Portuguesa, meu companheiro de turma e amigo, não entendo o porque de eu ter demorado tanto tempo para me aproximar da pessoa maravilhosa que ele é, entretanto, não foi tarde demais. Que Deus te abençoe em todos os seus planos, Neto! Obrigada pelo texto, os leitores agradecem, e muito!

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